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Linho - Uma Arte Ancestral

Em tempos passados, o cultivo do linho era uma das principais actividades das gentes desta região. Era com esta planta que os nossos antepassados faziam lindas e valiosas peças de roupa, que ainda hoje existem guardadas. Para tal, o linho passava por várias etapas de transformação desde a sementeira até ao produto final, ou seja, o tecido, nas quais eram utilizados vários utensílios. As imagens seguintes retratam o conjunto de utensílios utilizados neste processo e foram, todos eles, recolhidos pelo Rancho F. E. Zagalho e Vale do Conde. Estão expostos no seu museu etnográfico e, alguns, são apresentados nas actuações do grupo.

1. Rapigo – era com este utensílio que se separava a caroça do linho. A caroça é uma espécie de cápsula que contém a linhaça (semente do linho).





2. Maça – maçar o linho tinha como objectivo partir o caule do linho de forma a separar a parte lenhosa da fibra. O linho era colocado em cima de uma pedra e era pisado com o maço.




3. Grama – servia para tornar o linho mais maleável.





4. Tasquinha – era utilizada para separar o linho das arestas, ou seja, do que já não aproveitado.





5. Cedeiro – utilizava-se para separar o linho da estopa. Esta era aproveitada para fazer outras peças de menor valor.






6. Roca e fuso – a roca tinha como objectivo transformar o linho em fio que, ao ser enrolado no fuso, dava origem às maçaroca.





7. Sarilho – aqui as maçarocas eram desenroladas para formarem as meadas. Doze maçarocas formavam uma meada.





8. Caldeirão – as meadas eram aqui colocadas com água a ferver, sabão e cinza para serem cozidas e branqueadas.






9. Barreleiro – Depois de cozidas, as meadas eram colocadas no barreleiro e, com um cabaço, eram aguadas até sair a cinza e ficarem completamente brancas. A este procedimento chama-se "dar a barrela" e era repetido tantas vezes quantas as que fossem necessárias para que as meadas ficassem totalmente brancas. Depois de dada a barrela, as meadas eram estendidas ao sol até secarem bem.





10. Dobadoira – já depois de secas, as meadas eram transformadas em novelos neste utensílio.






11. Caneleiros – com este utensílio enchiam-se as canelas, que íam posteriormente para o tear.






12. Tear – era com este instrumento que terminava todo o processo de transformação do linho e se obtinha o produto final, isto é, o tecido. O linho era utilizado para fazer peças mais valiosas, como toalhas e camisas, enquanto a estopa servia para peças de menor valor, como cobertas ou sacos.